Apesar da previsão de recessão para 2025, o mercado de locação de lojas em shopping centers deve passar por grandes transformações e evolução. Com a digitalização do varejo e as mudanças no comportamento do consumidor, os shoppings enfrentam novos desafios e oportunidades. Se você é investidor, lojista ou gestor de shopping, entender essas tendências é essencial para tomar decisões estratégicas acertadas.
Tendências para o Mercado de Locação de Lojas em Shoppings em 2025:
- Crescimento da Experiência do Cliente no Varejo Físico:
Os consumidores buscam cada vez mais experiências diferenciadas e imersivas ao visitar um shopping center. Em 2025, os shoppings devem reforçar seu papel como centros de entretenimento, oferecendo espaços de convivência, gastronomia e eventos exclusivos. Para os lojistas, isso significa investir em layouts inovadores, atendimento personalizado e integração omnichannel.
A experiência do cliente não se limita apenas à ambientação e ao design das lojas. O uso de tecnologia, como provadores inteligentes, realidade aumentada e interações gamificadas, pode tornar a visita ao shopping mais atrativa. Além disso, ações promocionais interativas e personalizadas, baseadas no comportamento do consumidor, têm potencial para aumentar as taxas de conversão e fidelização.
Um exemplo dessa tendência é o aumento do número de shoppings investindo em praças de convivência temáticas, parques indoor e espaços instagramáveis para estimular o engajamento do público jovem. Essas iniciativas tornam os shoppings mais do que simples locais de compra, transformando-os em destinos de lazer e socialização.
- Aumento da Procura por Modelos de Locação Flexíveis:
O conceito de contratos de locação mais flexíveis vem ganhando espaço. Modelos como aluguel baseado em percentual das vendas, pop-up stores e coworkings dentro de shoppings devem se tornar mais comuns. Isso permite que os lojistas testem novos mercados e formatos sem comprometer altos investimentos iniciais.
O aluguel baseado no faturamento, por exemplo, torna a relação entre shoppings e lojistas mais equilibrada, garantindo que os custos operacionais acompanhem o desempenho das vendas. Além disso, as pop-up stores oferecem oportunidades para marcas digitais experimentarem o varejo físico sem assumir contratos de longo prazo, criando novas experiências para os clientes.
Empresas como Nike e Adidas já utilizam esse modelo para testar novos produtos e conceitos de loja antes de expandir permanentemente. Shoppings que facilitam essas operações flexíveis podem atrair um mix mais dinâmico de marcas, proporcionando uma renovação constante e aumentando a atratividade para os consumidores.
- Integração do Físico com o Digital (Phygital):
A estratégia “phygital” — fusão entre os canais físicos e digitais — será determinante para o sucesso dos lojistas. O uso de tecnologias como QR codes, provadores virtuais e pagamento via dispositivos móveis criará uma experiência de compra fluida e conectada. Além disso, os marketplaces dos próprios shoppings devem se consolidar como uma extensão do ponto de venda físico.
A personalização será um fator chave nessa tendência. Dados captados por inteligência artificial e análise de comportamento do consumidor ajudarão os lojistas a oferecerem produtos e promoções customizadas. Um exemplo é o uso de aplicativos que notificam os clientes sobre ofertas exclusivas quando estão próximos à loja, incentivando a conversão.
Outra iniciativa crescente é o clique e retire, que permite ao consumidor comprar online e buscar o produto na loja física no mesmo dia. Isso reduz custos logísticos e melhora a experiência do cliente, criando um ambiente de consumo híbrido e eficiente.
- Expansão de Novos Segmentos no Shopping Center:
Lojas tradicionais de moda e eletrônicos continuam sendo essenciais, mas novos segmentos estão ganhando força nos shoppings. Em 2025, espera-se um aumento na presença de lojas de serviços, clínicas médicas, academias, coworkings e até mesmo escolas. Essa diversificação amplia o fluxo de clientes e reduz a dependência do varejo tradicional.
Os shopping centers estão se tornando hubs de conveniência, onde os consumidores podem resolver múltiplas demandas em um único lugar. Clínicas médicas e odontológicas, por exemplo, têm atraído grande público, pois oferecem fácil acesso e horários estendidos. Academias dentro de shoppings também crescem, aproveitando a infraestrutura já disponível e gerando fluxo contínuo de visitantes.
Um exemplo bem-sucedido dessa transformação é o Shopping Cidade São Paulo, que incorporou um espaço de coworking em sua estrutura, permitindo que profissionais utilizem o ambiente para reuniões e trabalho remoto. Essa estratégia cria novas fontes de receita e torna o shopping mais relevante para diferentes públicos.
- Sustentabilidade e ESG como Diferencial Competitivo:
Empresas comprometidas com práticas sustentáveis terão vantagem competitiva na hora de negociar locações em shoppings. Espaços que adotam iniciativas ESG (Environmental, Social and Governance) terão maior valorização, pois consumidores e investidores estão cada vez mais atentos a esses aspectos.
A adoção de medidas sustentáveis vai desde a implementação de iluminação LED e captação de água da chuva até a redução do desperdício por meio da economia circular. Além disso, shoppings que oferecem incentivos para marcas sustentáveis ocuparem seus espaços tendem a atrair consumidores mais conscientes e engajados.
Um caso de destaque é o do Shopping Eldorado, em São Paulo, que criou uma horta urbana no telhado do prédio, aproveitando o espaço para gerar alimentos orgânicos utilizados em restaurantes locais. Iniciativas como essa demonstram o potencial dos shoppings para liderarem o movimento de sustentabilidade no varejo físico.
Desafios para o Mercado de Locação de Lojas em 2025:
- Custos Operacionais Elevados:
Os custos de locação, condomínio e energia elétrica continuam sendo fatores críticos para lojistas e investidores. Com a recessão econômica, a pressão sobre a rentabilidade dos negócios aumenta, tornando essencial a busca por negociações mais flexíveis. Shoppings que oferecem incentivos, como carência no aluguel ou participação no faturamento, podem se destacar nesse cenário competitivo. Além disso, a otimização da eficiência energética e o uso de tecnologias para reduzir custos fixos são estratégias que ganharão relevância.
Um exemplo disso é a adoção de soluções de energia renovável dentro dos shoppings, como painéis solares e sistemas inteligentes de climatização, que ajudam a reduzir despesas operacionais e tornar os espaços mais atrativos para lojistas.
- Mudança no Comportamento do Consumidor:
A digitalização acelerada dos últimos anos alterou significativamente a forma como os consumidores interagem com o varejo físico. Cada vez mais, os clientes esperam conveniência, rapidez e personalização em suas experiências de compra. Isso representa um desafio para lojas em shopping centers, que precisam investir em tecnologia e atendimento para atrair e fidelizar clientes.
Um exemplo disso é a necessidade de integração com o e-commerce, permitindo que os consumidores façam compras online e retirem os produtos na loja física, reduzindo o tempo de espera e fortalecendo a conexão entre os canais digitais e presenciais. Outra estratégia é a implementação de programas de fidelidade baseados em dados, que permitem oferecer promoções e benefícios exclusivos a clientes recorrentes.
- Concorrência com o Comércio Digital:
O crescimento dos marketplaces e das redes sociais como canais de venda direta criou um ambiente altamente competitivo para as lojas físicas. Muitos consumidores preferem a conveniência de comprar sem sair de casa, o que exige dos lojistas estratégias mais inovadoras para gerar tráfego e engajamento dentro dos shoppings.
Uma das soluções para enfrentar essa concorrência é a criação de eventos exclusivos e experiências diferenciadas no ambiente físico, como workshops, degustações e ativações de marca. Além disso, parcerias entre shoppings e influenciadores digitais podem ajudar a atrair um público mais segmentado, que valoriza experiências presenciais únicas e exclusivas.
O Que Esperar do Mercado de Locação de Lojas em 2025?
O setor de shopping centers está longe de perder relevância, mas precisa se adaptar. A tendência é que a locação de lojas em shoppings seja cada vez mais dinâmica, flexível e integrada ao digital. Lojistas que investirem em experiência, tecnologia e inovação terão mais chances de sucesso nesse ambiente em transformação.
Se você é investidor ou lojista e deseja se posicionar estrategicamente em 2025, acompanhe de perto essas mudanças e busque oportunidades dentro desse novo cenário. O futuro do varejo físico será moldado por aqueles que souberem unir tradição e inovação!
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Prof. Dr. Eduardo Bugallo
eduardo@bugallo.com.br

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